Autoras: Aline Sales e Hindaya Fontenelle. Com a participação de Taina Ramos (primeira temporada)

6 Capitulo - Chegada

Fui para o aeroporto. E no caminho me veio a conversa que eu tive com Jess. Jess era uma menina igreja. Que desde pequena amava o Gustavo. Isso não era segredo para ninguém. Nem mesmo para mim. Sempre pensei que um dia ela o esqueceria. E se apaixonaria por outro rapaz. Mas nesse dia ela estava certa.

[...]

- Oi, Ste.
- Oi Jess. Como vai? – sorri
- Bem. E você? È verdade né? Você semana que vem esta indo para o Seminário Teológico Nova Luz.  E o Gustavo, vai esperar você voltar?
- Claro que sim. Estamos preparando para casar. E depois seguir meu caminho como missionária.
- Nossa! Você vai fazer ele sofrer isso tudo? Como você é egoísta Stephanie.
- Como assim? Não estou fazendo ele sofrer. E nem quero isso.
- Não esta. Mas vai. Olha primeiro você vai fazer ele sofrer te esperando, depois você vai separar ele de tudo e todos que ele mais ama, para seguir seu chamado? Isso para me se chama egoísmo.
- Não parei para pensar assim. Obrigado Jess. [...]


De certa forma ela estava certa. Seria muito egoísmo de minha parte quere separar ele de todos e fazê-lo me esperar. Como eu amo ele. Talvez seja melhor eles ficarem juntos. Talvez ela faça ele mais feliz que eu.  Talvez essa sempre foi a verdadeira vontade de Deus.. Quem era eu? Era uma menina perdida que entrou na vida de todos naquela igreja. Peguei o menino mais disputado entre as meninas. E ainda quero levá-lo nem sei lá para onde? Claro ela tem toda razão.

Entrei no avião, e comecei a viajar para meu novo caminho. Espero que um dia eu tenha a minha felicidade verdadeira. Acabei adormecendo. E só acordando quando o avião estava pousando. Bom, finalmente cheguei a meu novo lar, eu pensei.

No saguão tinha um senhor com uma placa escrita ‘Stephanie Gabrielly’, só pode ser a pessoa encarregada do Seminário.  Parecia ser simpático e tinha um sorriso muito fofo. Era um senhor de quase uns 60 anos. Mas muito jovial.

- Boa tarde, senhor, eu sou a Stephanie.
- A prazer minha jovem. Eu sou Baltazar. Reitor e Pastor Mestre do Seminário.
- Prazer senhor Baltazar.
- Não, não. Pode me chamar só de Baltazar.
- Tudo bem, Baltazar. Vamos?
- Ansiosa para conhecer o Seminário? Claro que sim né?
- Sim.

Fomos para o carro, andamos algumas horas e finalmente comecei a ver o prédio do campus. Era magnífico, tinha uma placa com letras douradas com o nome do Seminário. O prédio principal em si era magnífico. Tinha uma beleza surreal e sem medida. Era grande de uma cor avermelhada.

- Lindo né? Nosso campus pode ser considerado hoje um ponto turístico de nossa cidade. Pela sua beleza e seu tamanho, ele é um dos maiores do país. E o mais renomado.
- Sim. Nunca pensei que o campus era tão lindo assim.
- Bem, vamos! Vou te apresentar o campus.  Esse prédio maior, é o prédio principal, nele temos a biblioteca, uma das melhores da cidade; a reitoria; a cantina, onde fazemos nossas refeiçoes e é claro as salas de aula. No lado direito temos o dormitório feminino. No lado esquerdo temos os dormitórios masculinos. Atrás temos os jardins e a área de lazer. E um mais atrás um pouco tem um pequeno bosque. Às vezes os professores gostam de dar as aulas no ar livre.
- Nossa!! Não imaginava que o campus era tão grande assim. Nem sonhava com isso tudo. As descrições do pastor Andre nem chegam perto da realidade.
- Sim é enorme mesmo. Aaah! Todos os estudantes têm autorização para sair para sair para ir à igreja de sua preferência desde que seja evangélica, claro. E uma vez por semana para ir na cidade comprar algo, ou passear. Nesse ponto somos um pouco rígidos para mantermos o controle, você entende né?
- Entendo Baltazar.
- Você deve estar curiosa para conhecer os outros alunos não é verdade?
- Sinceramente estou um pouco, ao mesmo tempo em que estou ansiosa.
- Calma Stephanie. Vamos para o dormitório feminino, para começar, ok?
- Ok.

Andamos um pouco. E logo fui me acostumando com o campus. Vi vários rapazes e moças embaixo de uma árvore. Afinal estamos no fim do verão. E as tardes são sempre agradáveis. Mas ao ver aquela cena me deu saudade de meus amigos e me deu saudade do Gustavo. Devo ter machucado ele demais. Nem me despedi direito dele. Que saudades de estar com ele, de resenhar e das brincadeiras que nos tínhamos. “Animo Ste, seja forte”, pensei.

- Chegamos, esse é o dormitório feminino.
- Hum.
- Ester, me faz um favor?

Vi uma jovem se levantar e se aproximar de onde estávamos. Ela tinha um estilo totalmente diferente, com um cabelo escuro e  usava roupas no estilo de roqueira, nunca vi alguém com um chamado para missionário nesse estilo, não que eu seja contra. Mas é simplesmente diferente. O melhor de tudo nela era o sorriso, que me trazia confiança.

- Sim Baltazar.
- Bom, Ester, essa é Stephanie, ela é uma nova aluna, veio de longe e eu gostaria que você tivesse mostrando o dormitório feminino para ela. Se possível o resto do campus. Tenho que ir resolver umas coisinhas, ok?
- Tudo bem Baltazar.

- Oi, tudo bem?
- Sim, Ester né?
- Sim.
- Prazer, Stephanie Gabrielly.
- Vamos vou te apresentar as outras meninas. Você vai amar o campus.
- Ok vamos lá. – sorri.

Caminhamos pelo salão que existia no dormitório, era com uma grande sala de estar. Tinha algumas meninas, sentadas nas mesas. Tinha uma televisão, passando um DVD, e pelo que eu percebi era o novo DVD do Barlow Girl. Nossa aqui deve ser muito legal. Afinal tanto contraste mas o meu amor por Cristo, unido as pessoas isso é lindo.
- Eii, gente essa é Stephanie, ela é nova.  Será nossa colega. Stephanie, já tem colega de quarto?
- Oi. Não. Tenho não.
- Bom, acho que a Fernanda, também não tem, né Fee?
- Sim. – disse uma menina loira, muito simpática e sorridente.
- Bom esse ali é a Fernanda, aquela é a Ana, a Jasmim e a Talita.
- Oi – todas responderam em coro.
- Oi, a podem me chamar de Ste. Quase ninguém me chama de Stephanie.
- Ok.

Ficamos muito tempo conversando. Deu para me conhecer um pouco de cada uma. E percebi que elas seriam ótimas amigas.  A Ester era uma menina moderna, mas, muito concentrada, sabia praticamente toda a Bíblia de cabeça. Era dedicada a tudo. E muito animada. A Fernanda parecia ser a romântica da turma, depois de mim, (rsrs). Era uma menina muito delicada e com um coração enorme, sempre dava conselhos sábios e de grande ajuda. Seriamos ótimas colegas de quarto. A Ana era a mais alegre, sempre vendo o lado positivo de tudo. Sempre disposta a guerrear pelos seus amigos. Simplesmente mega simpática. A Jasmim era a mais concentrada de todas, fazia o estilo de seria da turma, sempre tinha uma resposta para quase tudo, e estava no segundo ano no Seminário. A Talita era a palhaça da turma, sempre arrumando piadas, e fazendo graçinhas. Mas sempre que era para falar serio, ela tava lá para ajudar.

As horas foram passando ficamos ali, sentadas conversando sobre tudo. Cada uma contou um pouco de sua vida. E eu fui me sentindo a vontade. Era como se nos conhecêssemos há tempos. Contei para elas tudo que tinha acontecido. Desde meu nascimento, ate agora. Foi me dando uma saudade de todos, da minha família, do Gustavo, dos meus amigos, enfim de tudo e todos.

Ester: - Nossa Ste, que historia essa.                                                                       
Fernanda: - Sim, sua historia da para fazer um filme. Se fizer estarei na primeira fila. (rsrs)
Ste: - Aii meniinas, que graça. Assim fico sem palavras. (rsrsr)
Ana: - Meninas vamos lá fora? Ver os rapazes
Talita: - Os rapazes né? Tu não tem vergonha não?
Jasmim: - Concordo. Se comporte Ana.
Ste: - Seria bom tomar um ar fresco, ta calor aqui dentro.
Ana: - Então vamos.

Então saímos para o jardim, e fomos para debaixo de uma arvore. Sentamos e ficamos conversando sobre varias coisas. Ana fazia questão de ficar falando dos nomes de vários calouros do campus. Ela era a mais animada para isso. Ela ficava cumprimentando todos os meninos.

Ana: - Gente olha, aquele é o Gabriel. Ele veio da mesma cidade que eu. Vou chamá-lo para ficar aqui com a gente, ta bom?
Todas: - Tudo bem.

Ana: - Gabriel, aqui!! Aqui. Aqui

Então vi um rapaz se aproximando. Ele era alto, moreno e de olhos verdes. Quase tive um susto, ele se parecia muito com o Gustavo, foi ai que me deu um aperto no peito. Ver o amigo da Ana era quase como ver o meu Gustavo. Ou o que era meu. Deixei-o e acho que foi uma atitude errada, mas já era tarde.

Ana: - Gabriel, essas são minhas amigas. Ste, Fee, Tali, Mini  e Tetê. Gente esse é o Biel.
Gabriel: - Oi meninas.
Todas: - Oi

Ficamos conversando ali até escurecer, os dias estavam mais longos, era muito agradável estar ali, no final estar come essas pessoas me distrai da minha dor. Formos para nossos quartos. Em poucas horas seria o jantar, e teríamos que nos arrumar.

Fee: - Olha você pode ficar com esse lado do dormitório, e ali temos nosso banheiro. Espero que sejamos boas amigas, Ste.
Ste: - Seremos. Vejo que temos muito em comum.

Os dias foram passando, cada vez mais apertava meu coração ao ver inúmero ligações do Gustavo para mim. Tinha medo de atender, e voltar atrás de minha decisão. Eu teria que ser forte. Teria que vencer mais essa provação. Quem sabe, eu ainda serei uma vitoriosa, no fim do túnel.

5 Capitulo - Preparação

As noticias estavam muitas boas recentemente. Bom o Marcello estava com a Camilla e eu estava com Gustavo. Mas nem tudo é mil maravilhas.  O tempo passa. Marcello se batiza na igreja, e entra no o ministério de louvor da igreja. E Ste tem que tomar a decisão mais difícil de sua vida. Durante oito meses ela estava estudando na igreja com seu pastor sobre missões mundiais, estaduais e municipais. Ste tinha feito vários projetos para serem aplicados na sua cidade, e muitos estavam sendo aplicados em conjunto com a prefeitura.

- Guh, precisamos conversar.
- Claro amor.
- Gustavo você sabe que em breve estarei me mudando para o Seminário, não é?
- Sei sim amor. Mas o que tem isso?
- Tem tudo Gustavo.
- Tudo o que amor? Você estranha. O que foi que aconteceu?
- Gustavo, precisamos terminar.
- Mas por que Ste. Não to te entendo.
- Gustavo. Eu to indo para o seminário, não sei se volto mais para cá. E se eu não voltar?
- Mas o que isso tem haver, meu amor?
- Tudo Gustavo. Adeus.

Eu sair e deixei-o parado, não podia olhar de novo para ele, meus olhos estavam cheios de lagrimas. Daqui uma semana faríamos um ano de namoro. Mas não poderia fazer ele me esperar. Meu caminho agora é incerto. Não posso fazer ele me espera. Vai que eu não volte. Sei que magoei o meu único amor. Mas será melhor assim.

[Gustavo narrando ]

Eu não entendia. Será que eu fiz Algo de errado? Vê-la indo era como se tivesse saindo uma parte de mim. Eu a amava. Ela era a única que eu amava daquele jeito. Ela era minha metade. A maior benção da minha vida.

- Stephanieeeeeeeeeeeeeee!

Mas ela não olhou. Foi embora e não olhou para trás. Não acredito no que estava acontecendo. Fui para casa, e nem dei atenção para nada. Peguei meu violão comecei a tocar. Isso sempre me trás calma. Algo devia ta acontecendo com Ste. Não tem lógica. Olho para minha mesa e vejo a caixinha das alianças. Semana faríamos um ano, e eu a pediria em noivado. Eu a esperaria o tempo que fosse preciso.  Já sabia que ela iria para o seminário. Mas não imaginava que ela acharia que era melhor terminarmos. Eu iria com ela para qualquer lugar. Chorei muito a noite toda. Amava aquela menina mais que tudo. Faria tudo por ela. Simplesmente iria para onde ela fosse.

[Stephanie narrando]

 Cheguei em casa e fui direto para meu quarto. Não queria ver ninguém. Estava morrendo por dentro. O meu coração estava com o Guh. Mas não poderia prendê-lo a mim. Não quero que ele tenha que fazer sacrifícios por mim. Ele já me fez muitos favores.

- Cello, se me procurarem, não estou! – gritei do meu quarto

Peguei meus fones de ouvido e deitei, o Guh fez um cd para mim, escutei as musicas dele. Sentia falta dele. Dos abraços dele, e dos beijos dele. E sentia falta da companhia dele.  Acabei adormecendo chorando.

Os dias passaram. Eu o via na igreja, mas simplesmente fugia dele. Cada vez mais estava mais próxima a data de minha viagem. Nem tocava nesse assunto. O pastor estava com quase todos preparativos e os papeis que são necessários para a entrada no seminário. A turma da igreja estava preparando uma festa de despedida.

- Ste, vamos sentir sua falta, amiga.
- Poxa baixinha, você vai fazer falta.
- Ei, Ste se tiver varoas bonitas lá, fale de mim, ok?

Todos estavam lá. Até menos o Guh. Mas ele foi único que não veio me cumprimentar. Ele estava no canto. Não estava muito feliz. No fundo nem eu estava feliz. Era uma festa linda despedida, mas sem estar com o Gustavo nada tinha graça.

- Ste, você sabe que ainda ha tempo para mudar de idéia, né?
- Poxa, Cello, que susto! Mudar o que? Ta doido?
- Você sabe, Ste. Em relação a você e ao Gustavo. Do que adianta. E outra essa decisão de querer te esperar não é sua amiga. É dele. Ele tem que decidir se esse amor que sente por você pode estar disposto a fazer sacrifícios.
- Não Cello. Não posso colocar essa decisão nas mãos dele. Seria capaz de ir comigo pelo o que eu conheço ele. Não posso fazer isso com ele. Vai que eu não volte mais? Vou o fazer ele ficar me esperando pela vida toda? E se eu conhecer outra pessoa lá? Isso é muito injusto com ele. Não o quero sofrendo por mim.
- Você que sabe minha amiga. Mas lembre-se sempre existe uma segunda chance.
- Obrigado Cello, você sabe que eu te amo muito né?
- Claro que sei. Vou ali ficar com a Milla, ok maninha?
- Sim.

Cello não entendia o motivo de minha separação com o Gustavo. Mas era a coisa certa para se fazer. Amanha uma hora dessas estarei no meu novo lar. E não posso prender o Gustavo a mim desse jeito.

- Bom gente, eu quero agradecer a Deus, por que preparou uma jovem obediente e dedicada para seu chamado. – dizia o pastor Andre.

As palavras do pastor Andre era de certa maneira um reconforto para mim. Me acalentava e me suprimia para meu novo caminho. Sabia que era melhor assim.

[Gustavo narrando]

Ste sempre tava linda. E hoje parecia que ela iria sumir em meio tanta beleza. Eu a amava mais que tudo e ainda sim não era suficiente para me dar coragem para falar com ela. Ela veio me evitando. Não atendia as minhas ligações e na igreja sempre fugia de mim. Comecei perder a coragem. Não quero perde-la, mas não consigo lutar por ela. Sempre oro a Deus, pois que isso não é o normal dela. Espero que Deus me de uma reposta não quero perde-la, Senhor! Meu coração gritava. Implorava por uma solução. As lagrimas sempre via em meus olhos só que posso estar perdendo o amor da minha vida.

[Stephanie narrando]


A festa finalmente estava acabando, já não estava agüentando mais sorrir enquanto meu coração estava em pedaços. Minha lama estava triste. Mas às vezes precisamos fazer alguns sacrifícios para poder servia a Deus. Mas espero que ele seja feliz.

- Pronto esse foi o ultimo, Ste.
- Nossa to morta.
- Bom maninha, é bom você ir deitar. E descansar.  Amanha você tem que acordar bem cedo para viajar.
- Cello, me faz um favor?
- Sempre maninha.
- Entregue essa carta para o Gustavo, para mim. De alguma forma ele precisa saber que eu ainda amo ele. Mas não podemos ficar juntos.
- Eu não te entendo Ste. Quem disse isso para você? De onde você tirou essa idéia doida, Ste.
- Ninguém me disse, mas eu sei que é o certo a se fazer.
- Você já pensou que pode estar colocando sua felicidade a perder? Você perguntou para o pastor se isso é certo?
- Não. E nem precisa. Claro que isso é o certo Marcello. Você não entende? Como posso ficar bem lá, com ele me esperando aqui? Não! Isso não posso suportar.
- Nossa Ste, você é mais teimosa que uma mula. (rsrs)
- Poxa, Cello. Só me entrega essa carta, por favor, ok?
- Ok Ste.
- Vou deitar.

Essa foi a pior noite que eu tive. Poxa eu amo ele, mas tenho que fazer isso. Não posso prendê-lo a mim. Um dia se eu ainda for digna do amor dele, talvez possamos ficar juntos. Queria que isso valesse algo um dia.

“Senhor, eu sei que nunca foi pedido a mim tal sacrifício, mas não acho justo que o Gustavo fique me esperando. Não sei quais seus planos para minha vida, não posso fazer que o Guh fique preso a coisas que nem eu mesma sei que vai acontecer. Mas espero e peço Senhor, que se ele for meu, me de a oportunidade de tê-lo novamente se essa for sua vontade, pois eu só vivo para sua honra Senhor. Te amo pai, por ter me escolhido e me abençoe nesse novo caminho. Em nome de Jesus, amem.”


[Gustavo narrando]

Sai da casa de Ste, mais deprimido ainda. Estava tão próximo dela, mas ainda sim distante por um muro que ela fez em volta de si. Não entendo o porquê disso tudo. Mas meu amor por ela só faz crescer. Cada vez mais que eu a vejo sinto que é ela a minha esposa preparada por Deus. Amo ela demais. Quero estar no lado dela. Mas não sei o que fazer. Ou como fazer. Minhas esperanças esta em Deus. E somente Ele pode me ajudar a suporta isso. Amanha ela vai embora. E com ela vai junto o meu coração Senhor.

“Senhor, tuas estrelas são testemunhas de minha dor. Minha alma se abate, e se entristece diante desse novo caminho, quero poder seguir o meu grande amor. Estar com a menina que tu me prometeste. Ainda lembro quando o Senhor me disse em sonho que uma menina diferente entraria na minha vida. Que ela seria uma pregadora de sua palavra e que era meu dever estar ao lado dela. Mas e agora Senhor, como eu posso estar ao lado dela? Ele me rejeita. Rejeita meu amor. O que eu faço se é com ela que meu coração esta? Se é com ela que minha vida estar? Não tenho esperanças de um caminho Senhor. Minhas vistas se fecham para esse caminho, pois ela não esta no meu lado. Mas ainda que ela não esteja aqui, eu sempre estarei com ela Senhor, pois sei que o Senhor me prometeu isso. Pai cuide de meu amor. Te suplico, proteja-a e livre-a te todo mal. Em nome de Jesus, amem e amem.”

Adormeci e sonhei com ela, no meu lado. Mas eu sabia que era um simples sonho, mas seria muito bom que fosse. Nesse sonho Deus me mostrou mais uma coisa...

[...] Nós estávamos no altar, eu já no altar, e ela vindo em minha direção. Ela vestida de branco, simplesmente linda. Seu vestido um brilho, parecia ouro, e na igreja estava todos, a mãe dela, a avo dela e todos nossos amigos. Estávamos muitos felizes. O sorriso dela era o mais belo que eu já vi.

Então uma voz veio, uma voz desconhecida, mas familiar, e me disse: Pode agora estar tudo escuro no seu caminho Gustavo, mas ainda há uma luz no fim de tudo. E promete a ti que tu serás feliz e que tudo que teu coração sonha será realidade, pois através disso o nome de nosso Senhor será exaltado. Tu és servo eleito de um sacerdócio santo. [...]

Depois disso voltei a dormir, e não sentir mais nada. Foi um sono cansado.

Acordei cedo, e fui a casa dela. Esperava ver ela ainda, mas não tive coragem de ir bater na porta. Fiquei um pouco de longe olhando. Então, lá estava ela. A menina mais linda.  A mais perfeita. Dona do meu coração. O Cello também estava lá porta. Mas parecia que não iria com ela para o aeroporto.

Ela entrou no carro, parecia estar sofrendo. Queira consolá-la, abraçá-la pela ultima vez. Mas não tenho forças.  


Vi o carro indo, ate conseguir ir para perto da casa dela. Saber que ela não estaria ali me matava. Sempre que eu precisei, ela estava aqui para me ajudar. E agora?

- Oi, Gustavo, você chegou um pouco tarde, a Ste acabou de sair.
- Oi Cello. Eu sei.
- Huum, entra.
- Não vou me embora, Cello.
- Ah! Gustavo,  eu tenho algo para você.
- O que é?
- Uma carta que ela te deixou.
- Aqui. Seria melhor você ler quando tiver em casa. Eu acho.
- Ok, tchau, Marcello.
- Tchau.

Cheguei em casa e tirei a carta do meu bolso. Ela parecia pesar mais que tudo. Ali tinha as ultimas palavras do meu amor. Tinha medo do que eu poderia ver. Não sei se era bom, ou se era ruim. O telefone toca. Coloco a carta na mesa do meu quarto.

- Alo?
- Oi, Guh?
- Sim. Quem fala?
- É a Jess. La da igreja. Fiquei sabendo que você estava desanimado, queria ver se eu podia te ajudar.
- Ata. Obrigado Jess. Mas vou deixar para próxima, ok?
- Claro Guh.

Voltei para a carta e peguei-a. Simplesmente olhei para ela. Depois para a foto de Ste, que fica na cabeceira de minha cama. Abre o que poderia ser o meu único a lento.



Gustavo,

Sei que palavras jamais poderão explicar minha atitude. Eu nem estaria escrevendo essa carta, mas não achei justo que você não tivesse uma boa resposta. Nunca menti quando disse que te ama. Ainda amo. E por te amar estou me separando de você, para que você possa ser feliz com outra pessoa. Sei que jamais poderei te fazer feliz, com essa minha vida. Meu chamado a servia a Deus não pode ser capaz de te separar de tudo que você tem. Esse é meu chamado, não seu. E não posse ser tão egoísta assim para te pedir que me siga em caminhos ainda desconhecidos.

Quero que você me esqueça, pois eu te esquecerei. E vá viver a sua vida com alguém que te mereça. Mas lembre que eu sempre te amei de verdade. Você sempre foi o melhor namorado do mundo. A pessoa mais linda de alma que eu já vi.

Stephanie.”

4 Capitulo - Marcello e Camila

[Stephanie narrando]

Cheguei a casa com Guh, e encontrei o Cello sentado na guitarra. (Sim as pessoas que eu mais amo sabem tocar instrumentos, :p) Os acordes que saia da guitarra era suaves e ao mesmo tempo profundo. Mas o mais importante é que Cello não tocava a muito tempo, se eu me lembro bem desde do acidente, ele era membro de banda com um dos meninos que morreu no mesmo acidente que eu sofri. Desde então ninguém nunca mais viu o Cello tocar. E sinceramente eu pensava que ele nem sabia tocar mais. Era tão fofo tocando.

- Lindo Cello.
- Que susto Ste. Desse jeito tu me mata.
- E ae mano?
- Bem e você?
- Ótimo

Guh saiu do meu lado e foi logo sentar ao lado de Cello, para falar de acordes. Os tais de ‘sol a sétima’ e ‘fá sustenido’... Eram muito engraçado eles falando de musica. Bom eu entendia um pouco do que eles falavam, já que eu era membro do ministério de louvor.

Mas mesmo assim deixei os dois falando sozinhos e fui para conzinha fazer umas comidas. Mas ai, eu tive a idéia de chamar a Milla para almoçar conosco. (rsrs) O Cello vai amar essa idéia.

- Alo Milla?
- Sim quem fala?
- Ste. Milla queria saber se você quer vir almoçar aqui em casa?
- Huum. Seria bom Ste. Já estou chegando. Beijos.
- Beijos.

[Camilla narrando]

Essa ligação me pegou de surpresa. Será muito bom ver o Cello. Faz tempo que eu não o vejo. Ou melhor, eu mal o vejo na igreja. Todo dia ele esta lá, mas quando vou procurar ele já saiu. Não sei o que esta acontecendo com ele. Sinto que ele mudou comigo desde daquele dia que eu falei do Felipe. (Nota: Esse é o mesmo Felipe que tirou a virgindade de Ste.) Será que eu chateie o Cello aquele dia.

Ele nem soube que eu terminei com Felipe, três dias depois.

[...] – Aah Milla deixa de ser besta. Só quero te mostra como é bom.
Ele me beijava com muita força. Nem parecia ser o mesmo que antes era tão carinhoso. Ele me dava amasso picantes, as mãos deles percorriam meu corpo, ele apalpava tudo, e eu sentia que seria hoje que eu perderia a minha virgindade. Dava um frio na minha barriga. Será que é realmente bom mesmo? Oh! Senhor no que estou pensando.
- Felipe me deixa, ok? Não quero fazer e pronto. E peço que me respeite!
- Deixa de ser besta Milla. Prometo que serei carinhoso com você. E você nem vai sentir tanta dor assim.
- Não Felipe. Só vou fazer isso com meu marido, como manda a Bíblia e Deus.
- Ah, lá vem você com essa historia de Deus e igreja. Me poupe só hoje ‘amor’.
- Não Felipe. Me solta.
- Que seja então. Não me procure mais viu Camilla?
- Não vou Felipe. Hoje eu vi que você não presta. Adeus [...]

Nossa como fiquei chateada com tudo aquilo. Não queria que fosse daquele jeito. Mas foi melhor assim. Felipe não era de Deus para mim. Sinto um pouco de inveja de Ste e Guh. Todos vêem que eles são um casal abençoado. Feitos um para o outro. E eu nunca tenho sorte disso.

Ah! Mas deixa isso para lá. Vou me arrumar tenho que esta apresentável, por que do jeito que eu estou aqui estou deplorável.

[Stephanie narrando]

- Gente o almoço será lasanha. E teremos convidada.
- Que convidada Ste? – disse Cello.
- Surpresa para você, Cello. – pisquei e sai da sala.

Vi que ele vinha me seguindo. Era tão engraçado. Mas a minha cara também denunciava meus planos.

- O que você fez Dona Stephanie Gabrielly?
- Ah! Nadas para ser chamada de velha desse jeito.
- Como nada Ste? Quem você ta trazendo de convidada? E não me diz que é surpresa. Eu te conheço sei que você ta aprontando. Você pode ser mais madura e cristã, mas sua cara de travessuras continua a mesma.
- Nossa Cello. Que horror. Ta bom eu digo. Quem ta vindo é a Milla.
[Marcello narrando]

Depois que a Ste disse que era a Milla que estava vindo, não escutei mais nada.
Eu havia me afastado dela, para poder sobreviver a minha desilusão com ela. Ela tinha um ficante. E eu não tinha chances com ela.
Eu ia na igreja, mas assim que o culto acabava, vinha embora. Não podia agüentar vê-la e não pode ter-la. Sofria em silencio por quatro meses. Nunca gostei de ninguém assim como eu gosto dela. Ela é única.

Desde então tenho cuidado mais da minha vida cristã. Eu aceitei Jesus a três meses e meio. E em breve estarei me batizando nas águas. Comecei a treinar uns acordes na minha velha guitarra. Tinha vontade de fazer parte do louvor da Igreja.

Minha vida esta totalmente mudada. Mas só me faltava uma coisa: Milla.
Sempre orava para que Deus pudesse me dar uma luz em relação a isso, mas não tinha nada, apenas o silencio de Deus. E com passar do tempo, o que eu sentia só aumentava.

Meus pensamentos foram quebrados com aquela voz. Poderia conhecer cada tom e nota que saia daquela voz há quilômetros. A voz dela era linda. Suave como ela.

Fui para sala, e vê-la era simplesmente como um sonho. Ela ali tão perto e ao mesmo tempo tão longe era uma tortura. Seus olhos eram como dois lagos. Profundos. Únicos. Ternos e compreensível. Poderia me jogar neles e nunca mais voltar mais. Me afundar na imensidão de sua beleza.

- Oi Cello. – ela me disse, quase morro.
- O..o..oi Milla.

Ela sorriu e nesse sorriso seria capaz de tudo. Eu a amava. Isso era a maior verdade naquele lugar.

- Como vai você, Cello?
- Vou bem. E você? - perguntei com um sorriso de orelha a orelha.
- Estou bem. Cello podemos conversar? - me parecia séria.
- Podemos sim, porque não? - sorri tentando disfarçar a curiosidade de saber o que ela queria me falar.
-Opa, sobrei aqui. - Ste brincou e foi andando em direção a cozinha.
- Boba. - sorri.
- Cello nós almoçamos aqui e depois vamos para minha casa, pode ser? - piscou para mim e eu correspondi.

Almoçamos, conversamos, brincamos e depois fui levar Milla em casa.
- Ste, obrigada pelo convite, eu simplesmente amei! - segurava as duas mãos de Ste.
- Ah, se vocês passarem mal, a culpa não é minha, ok? Eu não sou boa cozinheira!

Cairam na gargalhada e depois nos despedimos de Guh e Ste .

-Guh, eu não sei por que, mais eu ainda acho que esses dois vão acabar juntos. - Dizia enquanto fechava o portão de casa.
- Sabia que eu tenho a mesma opinião, Ste?
- Será? - sorriu para Guh e foi andando em direção á ele.
- Se for que nem nos dois, eles estão super bem!

Abraçou Stephanie de frente pela cintura, e ficaram se beijando na sala enquanto Cello estava levando Milla em casa.

- Sabia que eu te amo muito, Guh? - beijava Guh e no intervalo repetia a frase.
- Eu também, meu amor.
- Nós nos amamos, Guh.
- Promete me amar amanhã? - perguntava enquanto acariciava o rosto de Ste.
- Prometo te amar hoje, amanhã e até quando Deus permitir. E você promete me amar?
- Prometo te amar enquanto eu estiver viva, e enquanto eu respirar.

Depois dessas promessas e juras de amor, se abraçaram e ficaram namorando por muito tempo. Enquanto isso, Cello e Milla conversavam no caminho.

- Cello se lembra da história do meu ficante?
- Lembro sim Milla, por quê? - franziu a testa e olhou de lado pra Milla.
- Larguei-o!
- Sé .. sé .. Sério? - Olhou para Milla espantado e acabou se perdendo nas palavras.
- Sério! - Sorriu.
- Que ótima notícia, Milla!
- Pois é.

Marcello respirou aliviado dessa notícia, mais logo depois ficou triste em saber que Milla não sabia que ele gostava dele. Foram caminhando mais um pouco e logo chegaram à casa de Milla.

- Entra! - Milla abriu o portão e pediu para que Cello entrasse.
- Tem cachorro? - começou a rir.
- Tem, tem um cachorrão do teu tamanho! - entrou na brincadeira e os dois ficaram rindo.

Marcello entrou e se sentou no sofá da sala ainda envergonhado. Percebeu que Milla estava sozinha em casa, e sentiu certo receio disso.

- Milla, seus pais estão aonde?
- Ah, Cello, foram viajar hoje cedo. - Sentou ao lado de Cello.
- E eles não vão brigar de você ter-me trago aqui?
- Não, claro que não. Deixa de ser bobo, mocinho.
- Ah, não sei né. Vai que eles ficam chateados, vai saber. - levantou as mãos pro alto em sinal de inocência.
- Não, tá tudo bem.
- Ok então. - Sorriu e olhou para Milla.

Ficaram se olhando por alguns segundos e foram aproximando seus rostos um do outro, quase se beijando.

- Tem certeza que eu posso fazer isso? - suas respirações já estavam ofegantes, e seus corações batiam acelerados.
- Sim, pode continuar Marcello.

Fecharam os olhos, Marcello colocou suas mãos no rosto de Milla, ficou dando vários selinhos e depois a beijou finalmente. Foi um beijo doce, calmo e tranqüilo, porém algo despertou em Milla, não sabia o porquê, mais estava tremendo quando Cello a beijou. Cello tinha as mesmas reações, e depois desse beijo teve a certeza de que amava Milla e era ela que ele queria pro resto da vida.

- Milla.. - tentou falar, mais foi pego de surpresa por Milla, que colocou seu dedo nos lábios de Cello.
- Não precisa falar deixa rolar. - Sorriu e continuou a beijar Cello.

Marcello acreditava estar vivendo um sonho realizado, e Milla uma coisa estranha, não sabia o que tinha acontecido naquele momento, sabia apenas que algo despertou dentro dela, e ela estava contente com isso. Foram se soltando aos poucos, e depois desse beijo entrelaçaram seus dedos e ficaram se olhando por algum tempo. Marcello sorria feitas criança, e Milla o correspondia na mesma intensidade.

- Milla... - abaixou sua cabeça e ficou nervoso.
- O que foi Cello? - perguntou preocupada.
- Preciso te confessar que eu esperei muito por esse momento. - Levantou a cabeça e fitou os olhos de Milla. - E mesmo que você pense que esse beijo não foi nada, eu quero te dizer que pra mim foi tudo. Por muito tempo sonhei com esse momento, com você, com esse beijo. Milla, eu te amo á muito tempo, mais nunca tive coragem de contar pra você. Talvez por medo, vergonha, sei lá, mais agora você já sabe. Milla, você aceita namorar comigo?

Milla não esperava ouvir aquelas coisas, e ficou sem ação ao ouvir essas palavras da boca de Marcello. Seus olhos encheram de lágrimas, e a única coisa que Milla conseguiu fazer naquele momento, beijar Cello. Os dois começaram a chorar, e o mundo parou naquele momento para eles.

- Isso responde sua pergunta? - perguntou ainda sem largar os lábios de Cello.
- Eu preciso ouvir você dizer apenas que sim.
- Sim, eu aceito! - Soltou Cello o abraçou e falou isso ao pé do ouvido dele.
- Obrigada, obrigada, obrigada!

Marcello nunca havia ficado tão feliz em toda sua vida, com certeza esse momento ficara para sempre em sua vida, pois o que ele almejava, acabara de ser entregue em suas mãos. Marcello não falou nada, mais em pensamento agradecia á Deus sem parar por ter conseguido tudo o que ele mais queria. A hora foi passando e Cello teve que ir embora. Milla ainda insistiu mais ele não pode ficar mais se pudesse, com certeza ficaria. Se despediram e Milla o acompanhou com os olhos até ele sumir de sua visão, foi só assim que ela entrou. Marcello estava tão feliz, mais tão feliz, que nem ele estava agüentando! Foi embora cantando, pulando e falando com todo mundo que ele via na rua, até as pessoas que ele não conhecia. Algumas pessoas riam do jeito dele, outras o achavam estranho, mais ele mesmo não estava nem ai. Chegou a casa e encontrou Ste sentada no sofá assistindo televisão. Chegou e pulou em cima de Ste, que acabou levando um susto.

- Ficou doido, Marcello? - ria da cara do amigo.
- TO NAMORANDO COM A CAMILA, AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! - gritou pra todo mundo ouvir.
- Eu não sou surda, Marcello. - Colocou as mãos no ouvido e brincou com o amigo. - Assim você me deixa surda!
- Pois é, to namorando com o grande amor da minha vida. - sorria abobado só de falar dela.
- Tá apaixonado, tá apaixonado (8).

E assim foi durante, um zuando o outro, felizes da vida.

3 Capitulo - Supresa

- Bom se passou já quatro meses que minha mãe sumiu, e nem sei dela Guh.
- Calma Ste. Um dia ela dá sinal de vida. Ela não pode ter sumido do nada. Deve estar aqui perto. Pode ter certeza.
- Desculpa esta fazendo isso de novo Guh. Logo hoje. No nosso aniversario de namoro.
- Nada Ste. Sou seu namorado, e você tem direito de se desabafar. Que namorado seria eu se quando você precisasse de mim, te virasse as costas?
- Aiin Guh. Você é tudo que pedir a Deus. E muito mais. Te amo amor.
- Também te amo minha vida. Bom agora fecha os olhos, estamos quase perto de sua surpresa.
- Poxa Guh. Que surpresa é essa?
- Oh amor, se eu falar não é surpresa.
- Esta bem então.

Fechei meus olhos e deixei Guh me guiar. Ele era tão gentil comigo. Sempre esteve ao meu lado. Nossa como eu amo ele. Agradeço todo dia por Guh ter entrado na minha vida. Ele era lindo. Tanto fisicamente como por dentro. Guh era uma pessoa maravilhosa. E eu o amava muito.

- Ste agora você senta aqui e continua de olhos fechados, ok?
- Ta amor.

Senti que as mãos de Guh deixavam meu braço. Me deu vontade de abrir os olhos, mas fiz como ele pediu. Ficou muito silencioso ate que...

Escutei uma musica. Era o Guh tocando e cantando:
Lá fora a chuva cai
E me lembro do momento
Que as minhas lágrimas
Você veio enxugar

Meu coração
Não pode esconder, não
Que eu...
Chorei pra ter você
Perto de mim e poder
Te dizer que eu
Sempre te amei
Um sonho que Deus realizou

O nosso amor veio do céu
Onde não há imperfeição
Meu coração, gritando diz
Que eu te amo
Que eu te amo

(Sonho – Khorus)

Sua voz era perfeita. Os acordes do vilão eram únicos naquele lugar. Sentia que lagrimas saiam dos meus olhos. Nossa era como se cada palavra entrasse no meu coração. Quando eu abrir meus olhos o viu sentado na minha frente.

Estávamos em uma sala pequena, mas toda decorada. Cheia de rosas vermelhas. E um lindo buque com um urso no lado com um cartaz escrito: Eu te amo!

Minhas lagrimas não paravam de cair. Toda aquela cena era perfeita. Ele era perfeito. Parecia um sonho. É isso só posso estar sonhando. É a única lógica. É um sonho.

Ele parou de tocar e veio em minha direção. Pegou o buque enorme de rosas vermelhas e me olhou.

- Ste, sempre te pedir para Deus. Você é a pessoa mais linda que eu já conheci. Sempre oro para Deus, poder-me deixar viver com mais um pouco. Te amo minha vida. Você é tudo que eu sempre quis. Você é o meu melhor presente. Você é perfeita, assim como você é. E não poderá nada nesse mundo que vai me afastar de você, somente Deus. Te amo muito minha linda.

- Guh, estou chocada com tudo. Isso tudo é muito lindo. Nem sei o que ti dizer. E nem como agradecer a Deus o seu amor por mim. Te amo.

Eu chorava e ele veio, secou uma lagrima que caia nos meus olhos. E me beijou. A ternura era passada nesse beijo. O amor dele me enchia de felicidade. Eu o amava. E sentia que ele também me amava.  Nossa como pode Deus ser tão bom comigo. Gustavo era tudo que eu sempre precisei. Ele nunca me faltou com respeito. Sempre era carinhoso. E quando estávamos sozinhos era extremamente zeloso com nossos momentos. Nossos beijos eram inocentes e cheios de amor. Quando eu estava abraçada com ele tudo que eu precisava era dele. Seu abraço era quente, confortável, meu porto seguro.

- Te amo Ste. Amo muito e quero que um dia você seja a minha esposa.
- Também amo você Guh.

Ficamos assim abraçados por muito tempo. Nessas horas não era preciso dizer nada. Só precisávamos um do outro. Deus era tão perfeito que cada coisa era única em nossas vidas.

- Guh, vamos orar?
- Sim vida.

“Senhor, nosso Deus pai. Poderoso és tu. Grandioso são tuas obras. Nesse dia louvamos Sua Majestade e seu amor por nós. Vemos que cada dia tem cuidado de nós e por isso somos gratos. Senhor obrigado por Guh ter entrado em minha vida. E obrigado por nosso aniversario de quatro meses que foi lindo. Esteja nos dando sabedoria e discernimento constante para sempre estarmos no seu altar Senhor. Senhor nós te amamos e louvamos pela sua santidade. Pois a ti Senhor toda gloria, toda honra e todo louvor sejam eternos, e que através de nossas vidas, um novo louvor seja levantado para te exaltar. Te exaltamos Senhor hoje e sempre. Em nome de Jesus, nosso senhor e salvador. Amem.”

- Amem.
- Obrigado Guh por estar no meu lado.
- Obrigado você, vida.

2 Capitulo - Indecisão

- Ste. Responde-me uma coisa?
- Claro Cello.
- Eu sei que você não é besta. E sua cara de feliz me diz que já percebeu. Eu to gostando muito de Mila. Será que eu tenho chance? Será que ela pode olhar para mim depois do que eu fui?

[...] Meus pensamentos voltaram às dias atrás.
- Ste, não sei se ti contei, mas minha vida esta um desgraça. Não tenho paz, há tempos. Ai Ste. Nunca te contei isso. Mas acho que é hora minha amiga, me perdi tanto nesses caminhos da vida. Me envolvi com pessoas erradas, e nunca ninguém me disse que era errado. Nunca ninguém se quer olhou para mim. Me tornei escoria da sociedade. Discriminado pelo mundo. Me tornei ...
- Cello, o que aconteceu com você meu amigo?
- Me envolvi com homens. Sim! Virei homossexual. Me deixei levar pelos prazer do mundo. Pelas ilusões da vida. E quando eu te vi aquele dia. Nossa você estava tão confiante. Você estava tão cheia de si. Queria saber como você conseguiu aquela luz toda. Quero conhecer a sua fonte de força.
- Cello...
- Espera. Como você consegue ser tão forte assim. Como? Sua mãe de deixou, mas ainda sim você continua com um sorriso no rosto. De onde vem essa força?  - seus olhos cheios de lagrimas, me faziam estremecer de dor. Sofria pelo meu amigo. Como eu poderia acalmar dor dele. Como?
- Deus. – foi tudo que eu disse. Abracei-o com uma força gigante. Tentando confortar todas as dores. E todas as lagrimas que rolavam  no rosto dele. [...]

- Claro Cello. Todos merecem uma segunda chance. Pois a vida é assim. Cometemos erros. Enganamos-nos. E deixamos que as emoções de momento nos leve a fazer coisas que podemos nos arrepender. Perdermos muito. Ganhamos pouco. Mas todos têm direito a uma segunda chance. Saiba que na vida se não podemos acertar sempre. Suas escolhas, hoje você sofre por elas. Mas isso não significa que não tenha direito de ser feliz também. E o que você pode tentar é querer ser melhor do que foi ontem.
Os dias foram se passando. Incrível como a cada segundo, a cada minuto ia de forma rápida. Marcello foi se firmando na igreja. Agora eu nem precisava convidá-lo, quando tinha culto ele já se arrumava. Pois é, ele esta morando comigo. Já que a mãe dele tinha colocado ele para fora de casa depois que soube que tinha virado homossexual. Desde então ele viva em abrigos para mendigos no centro. Mas eu desde que minha foi embora ele veio morar comigo.

Ele me fazia companhia em ajudava a superar tudo isso. Minha vida estava tendo um rumo novo. Desconhecido, mas eu não temia. Confiava que no fim desse caminho teria minha recompensa.

- Ste...
- Sim? - respondi sem tirar a atenção da comida.
- Nós passamos por tantas coisas, tantas decepções, mais nunca deixamos de sermos amigos. - Sorriu para mim.
- É verdade, Marcello! - Desliguei o fogo e me aproximei dele. Quando Deus une duas pessoas, não há nada que posso os separar.
- Ainda bem que ele nos uniu né? -
 - Sim, sim. E agora é pra sempre, meu amigo!
Dei um abraço apertado nele, e senti umas lágrimas escorrerem do rosto dele .
- Cello ...? - afastei e olhei para ele preocupada. - O que houve?
- Ste, eu nunca pensei que um dia alguém fosse me acolher como você me acolheu, ainda mais depois de tudo o que eu te fiz, e com tudo o que eu me envolvi nessa vida. - As lágrimas escorriam pelo rosto dele.
- Ah, Cello...
- E Ste, eu vou ser sempre grato por isso, pode ter certeza! - segurou minhas duas mãos e olhou fixamente para mim.
- NUNCA me abandone ok? - beijou minha testa.
- Nunca vou te abandonar, nunca! - sorri para ele.

Eu não sei o porquê, mais alguma coisa dentro de mim me dizia que meu dever era cuidar de Marcello, ajudar-lo a crescer na casa de Deus, e dá bastante atenção para ele, afinal, a única pessoa que ele tinha era eu, e as únicas pessoas que eu tinha era ele e o Guh, então minha responsabilidade era dobrada.

- Marcello, você está interessado na Milla, né ? - perguntei bem séria.
- Ste eu estou sim!
 - Corra atrás, amigo! - Dei um sorriso de incentivo para ele.
- Mas... - tentou gesticulou mais eu o interrompi.
Mais nada! Quando nós queremos uma coisa, nós temos que usar todas as nossas armas, sabia? - pisquei.
- Quer saber de uma coisa? Você está certíssima, Stephanie!

          Sorrimos e fomos almoçar. Conversamos, rimos, brincamos um com o outro e depois fomos assistir tv. Deitei no colo dele, e ele ficou fazendo cafuné na minha cabeça como dois irmãos. Não demorou muito e eu peguei no sono. Marcello desligou a tv, e me levou para o quarto, lá eu ficaria mais confortável .

          - Ste, eu vou dá uma saidinha e já volto. Descanse bem, minha amiga. - deu um beijo na minha testa e saiu.

[Marcello narrando]

Será que eu devo ir lá? Ai, eu não sei! - abriu o portão e fico pensando se eu devo ir ou não na casa de Mila.
- E se ela achar ruim? Ah, é melhor não ir... - Balançava a cabeça. Não, eu não vou! - Virou-se e já ia abrindo o portão quando sentiu uma leve mão tocar em seu ombro.

- Falando sozinho?

- Er.. nã .. Não. - Era impossível não reconhecer aquela voz que fazia me perder a fala e o deixar completamente sem graça. Era incrível como Mila mexia comigo. Eu nunca havia ficado assim por ninguém, e nunca achei que um dia pudesse me apaixonar. Sim, se apaixonar!
- Como você está Marcello? - o cumprimentou com dois beijos no rosto.
 - Estou bem, Milla. E você? - sorria abobado.
- Ah, Cello, estou confusa! - Suspirou e abaixou a cabeça.
- O que houve linda? - levantou seu queixo com a mão e fitou seus olhos.
(Será que eu fiz bem chamá-la de linda? A agora já foi, se ela achar ruim vai reclamar e nunca farei mais.)

- Eu não sei se eu te contei, mais eu tenho um ficante e tal, quase namorado, entende?
- O quê? Você tem ficante?

Rapidamente sentir meus olhos se enchendo de lágrimas, e no meu peito sentir uma forte pontada, ao lado do coração. Era como se o meu chão tivesse sumido, e mais nada para me tivesse sentido, mas tenho que agüentar firme e continuar a conversa.

- Sim, entendo!
- Então, eu não agüento mais sofrer por ele, Marcello! - Uma lágrima escorreu dos olhos de Milla. - Eu gosto muito dele, mais sei lá, ás vezes parece que ele não sente o mesmo, não sei explicar.
- Mila, quanto tempo já tem isso? - engolia o choro discretamente.
- Já tem quase 7 meses, Marcello!
- Nossa!
- É tão difícil, Marcello... - Fitou os olhos de Marcello. - Me abraça? - pediu com uma cara de choro.
- Sempre!

Abracei-a. Queria que ela parasse de sofrer. Emprestei meu ombro para ela. Me doía muito ao ver a amiga daquele jeito. Quero ajudá-la, mas não sei como fazer. Se Ste tive aqui ela saberia. Não tenho palavras de conforto. Nem sei o que fazer. O meu coração se partia em vários pedaços ao ver Milla desse jeito, isso me machucava muito, muito!

Queria poder fugir com Milla daqui, acabar com aquela tristeza e vê-la sorrir era tudo o que eu mais quero, mas sei que não da para fazer isso.

Mila se abrigava nos meus braços, e sentia uma segurança tão grande, mais tão grande, que ela queria ter aquele abraço para sempre.

Ficamos abraçados por alguns minutos, até que eu pedi para que Mila entrasse e para conversarmos mais um pouco. Fiz um chá para Mila, e observei-a tomando o chá. Deixei-me levar por meus pensamentos, que nem percebi que estava paralisado olhando para Mila.

- Marcello? - chamou. - Marcello? MARCELLOOOOOOOOOO!  - gritou e fez gestos com a mão.
- Ah, han, perdão! Pisquei algumas vezes e voltei para meu estado normal. - Me distrair, desculpe.
- Tava pensando em quem, ram?! - brincou comigo.
- Em ninguém... - Disse baixo, quase não saindo à fala.
- Seeeeeeeei! - Fez uma cara de desconfiada, e riu da situação.
- Que foi menina? - ri.
- Nada não. - abri um largo sorriso que quase fez me cair da cadeira.
- Assim que eu quero ver você, sorrindo!
- Ah, Cello, você é um amigo tão perfeito *-*
- Só estou fazendo meu papel, Milinha. - apertou o nariz dela e fui lavar o copo.

Mila o observava e admirava aquele jeito tão meigo de Marcello.