Autoras: Aline Sales e Hindaya Fontenelle. Com a participação de Taina Ramos (primeira temporada)

2 Capitulo - Indecisão

- Ste. Responde-me uma coisa?
- Claro Cello.
- Eu sei que você não é besta. E sua cara de feliz me diz que já percebeu. Eu to gostando muito de Mila. Será que eu tenho chance? Será que ela pode olhar para mim depois do que eu fui?

[...] Meus pensamentos voltaram às dias atrás.
- Ste, não sei se ti contei, mas minha vida esta um desgraça. Não tenho paz, há tempos. Ai Ste. Nunca te contei isso. Mas acho que é hora minha amiga, me perdi tanto nesses caminhos da vida. Me envolvi com pessoas erradas, e nunca ninguém me disse que era errado. Nunca ninguém se quer olhou para mim. Me tornei escoria da sociedade. Discriminado pelo mundo. Me tornei ...
- Cello, o que aconteceu com você meu amigo?
- Me envolvi com homens. Sim! Virei homossexual. Me deixei levar pelos prazer do mundo. Pelas ilusões da vida. E quando eu te vi aquele dia. Nossa você estava tão confiante. Você estava tão cheia de si. Queria saber como você conseguiu aquela luz toda. Quero conhecer a sua fonte de força.
- Cello...
- Espera. Como você consegue ser tão forte assim. Como? Sua mãe de deixou, mas ainda sim você continua com um sorriso no rosto. De onde vem essa força?  - seus olhos cheios de lagrimas, me faziam estremecer de dor. Sofria pelo meu amigo. Como eu poderia acalmar dor dele. Como?
- Deus. – foi tudo que eu disse. Abracei-o com uma força gigante. Tentando confortar todas as dores. E todas as lagrimas que rolavam  no rosto dele. [...]

- Claro Cello. Todos merecem uma segunda chance. Pois a vida é assim. Cometemos erros. Enganamos-nos. E deixamos que as emoções de momento nos leve a fazer coisas que podemos nos arrepender. Perdermos muito. Ganhamos pouco. Mas todos têm direito a uma segunda chance. Saiba que na vida se não podemos acertar sempre. Suas escolhas, hoje você sofre por elas. Mas isso não significa que não tenha direito de ser feliz também. E o que você pode tentar é querer ser melhor do que foi ontem.
Os dias foram se passando. Incrível como a cada segundo, a cada minuto ia de forma rápida. Marcello foi se firmando na igreja. Agora eu nem precisava convidá-lo, quando tinha culto ele já se arrumava. Pois é, ele esta morando comigo. Já que a mãe dele tinha colocado ele para fora de casa depois que soube que tinha virado homossexual. Desde então ele viva em abrigos para mendigos no centro. Mas eu desde que minha foi embora ele veio morar comigo.

Ele me fazia companhia em ajudava a superar tudo isso. Minha vida estava tendo um rumo novo. Desconhecido, mas eu não temia. Confiava que no fim desse caminho teria minha recompensa.

- Ste...
- Sim? - respondi sem tirar a atenção da comida.
- Nós passamos por tantas coisas, tantas decepções, mais nunca deixamos de sermos amigos. - Sorriu para mim.
- É verdade, Marcello! - Desliguei o fogo e me aproximei dele. Quando Deus une duas pessoas, não há nada que posso os separar.
- Ainda bem que ele nos uniu né? -
 - Sim, sim. E agora é pra sempre, meu amigo!
Dei um abraço apertado nele, e senti umas lágrimas escorrerem do rosto dele .
- Cello ...? - afastei e olhei para ele preocupada. - O que houve?
- Ste, eu nunca pensei que um dia alguém fosse me acolher como você me acolheu, ainda mais depois de tudo o que eu te fiz, e com tudo o que eu me envolvi nessa vida. - As lágrimas escorriam pelo rosto dele.
- Ah, Cello...
- E Ste, eu vou ser sempre grato por isso, pode ter certeza! - segurou minhas duas mãos e olhou fixamente para mim.
- NUNCA me abandone ok? - beijou minha testa.
- Nunca vou te abandonar, nunca! - sorri para ele.

Eu não sei o porquê, mais alguma coisa dentro de mim me dizia que meu dever era cuidar de Marcello, ajudar-lo a crescer na casa de Deus, e dá bastante atenção para ele, afinal, a única pessoa que ele tinha era eu, e as únicas pessoas que eu tinha era ele e o Guh, então minha responsabilidade era dobrada.

- Marcello, você está interessado na Milla, né ? - perguntei bem séria.
- Ste eu estou sim!
 - Corra atrás, amigo! - Dei um sorriso de incentivo para ele.
- Mas... - tentou gesticulou mais eu o interrompi.
Mais nada! Quando nós queremos uma coisa, nós temos que usar todas as nossas armas, sabia? - pisquei.
- Quer saber de uma coisa? Você está certíssima, Stephanie!

          Sorrimos e fomos almoçar. Conversamos, rimos, brincamos um com o outro e depois fomos assistir tv. Deitei no colo dele, e ele ficou fazendo cafuné na minha cabeça como dois irmãos. Não demorou muito e eu peguei no sono. Marcello desligou a tv, e me levou para o quarto, lá eu ficaria mais confortável .

          - Ste, eu vou dá uma saidinha e já volto. Descanse bem, minha amiga. - deu um beijo na minha testa e saiu.

[Marcello narrando]

Será que eu devo ir lá? Ai, eu não sei! - abriu o portão e fico pensando se eu devo ir ou não na casa de Mila.
- E se ela achar ruim? Ah, é melhor não ir... - Balançava a cabeça. Não, eu não vou! - Virou-se e já ia abrindo o portão quando sentiu uma leve mão tocar em seu ombro.

- Falando sozinho?

- Er.. nã .. Não. - Era impossível não reconhecer aquela voz que fazia me perder a fala e o deixar completamente sem graça. Era incrível como Mila mexia comigo. Eu nunca havia ficado assim por ninguém, e nunca achei que um dia pudesse me apaixonar. Sim, se apaixonar!
- Como você está Marcello? - o cumprimentou com dois beijos no rosto.
 - Estou bem, Milla. E você? - sorria abobado.
- Ah, Cello, estou confusa! - Suspirou e abaixou a cabeça.
- O que houve linda? - levantou seu queixo com a mão e fitou seus olhos.
(Será que eu fiz bem chamá-la de linda? A agora já foi, se ela achar ruim vai reclamar e nunca farei mais.)

- Eu não sei se eu te contei, mais eu tenho um ficante e tal, quase namorado, entende?
- O quê? Você tem ficante?

Rapidamente sentir meus olhos se enchendo de lágrimas, e no meu peito sentir uma forte pontada, ao lado do coração. Era como se o meu chão tivesse sumido, e mais nada para me tivesse sentido, mas tenho que agüentar firme e continuar a conversa.

- Sim, entendo!
- Então, eu não agüento mais sofrer por ele, Marcello! - Uma lágrima escorreu dos olhos de Milla. - Eu gosto muito dele, mais sei lá, ás vezes parece que ele não sente o mesmo, não sei explicar.
- Mila, quanto tempo já tem isso? - engolia o choro discretamente.
- Já tem quase 7 meses, Marcello!
- Nossa!
- É tão difícil, Marcello... - Fitou os olhos de Marcello. - Me abraça? - pediu com uma cara de choro.
- Sempre!

Abracei-a. Queria que ela parasse de sofrer. Emprestei meu ombro para ela. Me doía muito ao ver a amiga daquele jeito. Quero ajudá-la, mas não sei como fazer. Se Ste tive aqui ela saberia. Não tenho palavras de conforto. Nem sei o que fazer. O meu coração se partia em vários pedaços ao ver Milla desse jeito, isso me machucava muito, muito!

Queria poder fugir com Milla daqui, acabar com aquela tristeza e vê-la sorrir era tudo o que eu mais quero, mas sei que não da para fazer isso.

Mila se abrigava nos meus braços, e sentia uma segurança tão grande, mais tão grande, que ela queria ter aquele abraço para sempre.

Ficamos abraçados por alguns minutos, até que eu pedi para que Mila entrasse e para conversarmos mais um pouco. Fiz um chá para Mila, e observei-a tomando o chá. Deixei-me levar por meus pensamentos, que nem percebi que estava paralisado olhando para Mila.

- Marcello? - chamou. - Marcello? MARCELLOOOOOOOOOO!  - gritou e fez gestos com a mão.
- Ah, han, perdão! Pisquei algumas vezes e voltei para meu estado normal. - Me distrair, desculpe.
- Tava pensando em quem, ram?! - brincou comigo.
- Em ninguém... - Disse baixo, quase não saindo à fala.
- Seeeeeeeei! - Fez uma cara de desconfiada, e riu da situação.
- Que foi menina? - ri.
- Nada não. - abri um largo sorriso que quase fez me cair da cadeira.
- Assim que eu quero ver você, sorrindo!
- Ah, Cello, você é um amigo tão perfeito *-*
- Só estou fazendo meu papel, Milinha. - apertou o nariz dela e fui lavar o copo.

Mila o observava e admirava aquele jeito tão meigo de Marcello.

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