Autoras: Aline Sales e Hindaya Fontenelle. Com a participação de Taina Ramos (primeira temporada)

15 Capitulo - Abandonada

Não havia nada dentro. Não tinha nada. Nem uma peça de roupa. Nem se quer uma camisa ou saia. Olhei as gavetas. Mas não tinhas mais nada. Nada. Simplesmente e unicamente nada. O nada. Minha mãe havia me deixado. Ela tinha me abandonado. Eu estava sozinha.  Não podia acreditar. A minha mãe. Não pode ser! Então me sentei no chão e comecei a chorar.  Chorei as lagrimas a muito presas no meu peito.  Adormeci chorando, era uma dor em meu ser. Doía. Minha mente perdia o foco da razão. Ela não estava funcionando. Eu estava pairando no nada.

- Ste? Ste?
-Hã?
- Ste? Você esta bem? Como você esta?
- Onde estou? Que horas são?
- Ste. È o Marcello.  Lembra você me disse que era para vir te pegar as 20 hrs. Mas você não aparecia. E a casa estava no escuro. Sabia que você e sua mãe escondiam uma chave debaixo do jarro. Abri a casa e entrei. Foi quando eu ouvir uns gemidos. Seguir os gemidos e encontrei você aqui no chão, chorando.
- Já são que horas Cello?
- Já são 21 h. Esperei você quase meia hora. E tem quase meia hora que você esta assim. Não conseguir acordar você, e eu não sabia o que fazer. Você parecia estar em choque. Só ficava repetindo, “não, não pode ser”. Fiquei preocupado com você.
-AAh! Cello. Minha mãe fugiu. Me deixou.
- Sinto muito Ste.

Então Marcello me abraçou. Ficamos abraçados dessa maneira por um bom tempo. Eu chorava. E ele simplesmente me abraçava, consolando-me. Então minha razão estava voltando. Ainda estávamos abraçados no quarto de minha mãe. Eu estava imunda. Suja para ser mais exata. As lagrimas fizeram o sangue grudar no meu rosto e cabelo. Deveria estar horrível. Mas Marcello me abraçava forte e nem ligava para minha aparência.

- Cello, me tira daqui, por favor.
- Claro Ste.

Ele me ajudou entrar no meu quarto e a pegar algumas roupas. E me ajudou a entrar no banheiro ate a porta. Entrei no banheiro e comecei a tomar um banho e a me limpar de toda aquela sujeira. A sujeira do pecado. Não culpava a minha mãe. Jamais faria isso. Culpava o mal que estava dentro dela. O mal que usava a minha família. Antes, muito antes me queria ver livre de minha mãe. Fugir. Deixá-la como o meu pai fez. Mas hoje. Hoje eu queria a minha mãe ao meu lado. Queria que ela estivesse aqui comigo. Comigo. Mas ela estava sendo enganada. E ela só estaria no meu lado quando fosse liberta. “Conhecerei a verdade e a verdade vos libertara.” Minha mãe precisava conhecer a verdade.. E eu precisava ser forte. E eu tinha que ser forte. Um dia eu verei a minha família servindo ao Senhor. Eu creio. Então eu gritei:

- Um dia! Um dia, eu e minha casa serviremos ao Senhor.

Sai do banheiro. Marcello estava perto da porta com um olhar confuso.  No seu rosto, via varias duvida, varias perguntas. Havia duvida em seu olhar. Provavelmente ele deve pensar que sou louca. Pior pode querer me internar em algum hospital.  As duvidas de seu rosto aumentavam a cada segundo. E o meu coração se apertava. Somente a verdade pode libertar, minha cabeça ficava repetindo. Os olhos de Marcello, no seu intimo profundo ansiava por essa verdade.

- Ste, você não desiste de seu deus né?
- Não Cello.
- Ste esse deus que tanto você fala seria capaz de...

Sua voz se cortou. Então eu vi uma tristeza profunda nos seus olhos do meu amigo. Uma dor cortante, fulminante e dilaceradora enchia aqueles lindos olhos azuis. Algo me dizia que Marcello estava mal. E era obvio a sua dor. Só assim percebi que eu não tive noticias durante cinco anos. Nem se quer eu ouvir seu nome. Depois do acidente eu havia me trancado e foi ele que ajudou. Sempre era ele que me ajudava. Depois daquela discussão nunca mais ouvir falar dele. Por onde ele havia estado durante esses cinco anos? Onde ele estava? O que causou tal dor em Marcello?

Lagrimas saiam de seus olhos. Então eu o abracei. Meu coração se encheu de ternura e carinho pelo meu melhor amigo.

-Cello. Deus pode curar todas as feridas de seu coração, essa angustia essas dores e essas mazelas de sua alma, Deus pode curar.  Aah! Cello desculpa por ter te deixado.
-Ste. Preciso de ajuda. Preciso de Ajuda!
-Eu sei Cello. Eu sei.
-Fiz muitas coisas erradas. Me tornei uma pessoa cruel. Magoei a minha mãe. Magoei minha família. Sinto tanto. Queria poder voltar para casa. Mas nem isso eu posso. Estou muito triste, Ste. Será que esse Deus seu, me receberia? Será que ele me aceitaria? Perdoar-me-ia? Será que um dia terei paz, Ste? Queria ser como você.
-Calma Cello. E claro que sim. Deus não julga um coração arrependido. Ele tem misericórdia, que são renovadas e tenho certeza que ele te perdoaria. Deus te ama, Cello.
-Aaaah Ste. Obrigada por ser minha amiga.
-Sempre Cello. Sempre.

Fomos para cozinha para bebermos um chá. Quando a companhia tocou. Cello já estava na cozinha. Quando abro a porta vejo Gustavo. Ele tinha um olhar preocupado. Seus olhos verdes mostravam medo e preocupação. E eu sabia o motivo de sua preocupação.  E eu sabia o motivo de sua preocupação. Desde que eu me converti nunca havia faltado nos culto somente por doença. Pobre Gustavo, já eram nove e meia da noite, e o culto já havia acabado.

Fazia frio. Estava chovendo. Era uma chuva de verão. Não havia prestado atenção quando tinha começado a chover. Estava vidrada na conversa com Marcello.

-Guh, saia da chuva! Você vai se resfriar. Venha entre... Vou buscar umas toalhas e fazer um chá para você. Vai para cozinha vai.

Quando entro na cozinha tinha esquecido que Marcello já estava lá. Mas para toda a minha surpresa os dois estavam conversando como se fossem amigos há tempos. Era uma cena quase familiar. O abandono de minha mãe me deixou abalada. Mas a presença de Cello e o amor de Guh amenizavam a dor em meu peito. A solidão havia sido preenchida por ternura com aquela cena. De certa forma a família dada por Deus já mais irar substituir a minha família de sangue, mas tornava mais fácil suportar.  Meus pensamentos voavam em torno de toda aquela cena. Nem percebi que estava simplesmente parada perto da porta da cozinha, olhando eles dois, ate que Cello me chamou:

- Ste. Você vai passar a noite toda ai, em pé?
- Hã? A sim. Não, não vou Cello. Achou que fiquei distraída. – rsrs.
-Ste, nós precisamos de mais chá. Se não Gustavo vai congelar e ficar resfriado.
-Sim. Vou fazer mais chá. Guh olha as toalhas.
- Obrigado, Ste.

Ficamos horas e horas conversando, esperando a chuva passar. Nossas risadas enchiam a casa. Abundava a paz. Sentia havia achado um lugar para mim durante vários anos. Apesar de esta triste pela falta de minha mãe. Tinha a paz dada, por Deus. A chuva passou, e os meninos se preparavam ir embora.

-Ste, amanha tem algum culto em sua igreja. – perguntou o Cello.
- Claro. Aparece lá. Estaremos muitos contentes com sua presença. – respondeu o Guh, antes de mim.
- Isso Cello. Vai lá. Você vai gostar. Amanha será mais cedo as 7:30. Te espero.
- Obrigada, Ste. Gustavo foi muito bom conhecer você. Ste tem sorte de você esta no lado dela. Cuide dela, ta?
-Claro mano.
-Ai Cello. Assim eu fico.
-Vermelha? – rsrs – Você é de mais Ste. Tchau.
-Tchau Cello.
-Tchau Gustavo.
-Tchau.

-Amor, eu também estou indo. Te amo muito minha linda. Qualquer coisa não deixe de me ligar. 
- Ta amor. Pode deixar. Também te amo.

E com um beijo ele se foi na noite escura.  E vento fresco de verão foi renovado no ar.
Dormir sonhando com minha mãe. Mas sabia que Deus estava cuidando dela. 

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